Distribuidores de BOPP-PET afiliados à ADIRPLAST amargam um ano complicado, mas mostram como planejam recuperar um pouco das perdas neste segundo semestre.
O ano de 2016 será sempre lembrado com um dos piores anos para a economia brasileira. Quase todos os setores foram impactados, entre eles, o de distribuição de filmes BOPP (Polipropileno Biorientado) e PET (filmes de poliéster). Segundo Marcelo Prando, da Replas, distribuidora exclusivo da Videolar no Brasil, o BOPP foi muito impactado pela crise econômica no país: “Esse segmento atua muito na indústria alimentícia, de produtos de higiene pessoal, rótulos e etiquetas adesivas, que também sentiram a recessão. Nossa queda é reflete a queda nas vendas desses mercados. Assim, já contamos com números de 25% a 30% menores”, explica.
Além da crise, Rubens José Savioli, da Polymark Embalagens, distribuidora de BOPP, diz que a maior oferta que demanda também afetou os negócios. “Nos últimos anos aqui no Brasil tivemos a entrada de outros produtores, o que fortaleceu a agressividade entre as concorrências e dificultou à valorização dos melhores serviços, nivelando a qualidade por uma melhor satisfação de preços”, conta.
Cecília Vero, da TIV Plásticos, ressalta ainda que a alta do dólar e aumento dos custos também não ajudou os distribuidores brasileiros de BOPP-PET. “O mercado manteve-se muito pressionado pela combinação de queda do real e aumento dos custos, queda de atividade econômica, restrição ao acesso de capital e aperto de crédito. Tudo isso levou a um 2015 extremamente complicado (na esteira de 2014) e o 1º trimestre de 2016 mostrou continuidade desse movimento”.
Otimismo e união
Embora os dados não sejam favoráveis, os distribuidores se mostram mais confiantes para enfrentar o segundo semestre de 2016, que já apresentou uma pequena melhora nas vendas. Resultado da queda do dólar e uma aparente pausa na deterioração do cenário econômico. “Entramos em setembro já com um índice de 10% de melhora nas vendas”, comemora Prando.
Para aproveitar a onda positiva e manterem-se forte no mercado, as empresas de distribuição de BOPP-PET tiveram de passar por um realinhamento. “Cortamos drasticamente nosso custo fixo e reduzimos nossa operação em 20% do volume em relação ao que tínhamos em 2013 e 2014. Também renegociamos a totalidade de nossos contratos, descontinuamos alguns itens em nossa linha e focamos mais em produtos com maior rentabilidade”, explica Vero, da TIV Plásticos, que ainda diz ter pulverizado mais a base de clientes e apertado as restrições de crédito, além de desenvolver especialidades que atendam os clientes de forma diferenciada – tudo como forma de superar os tempos difíceis.
Na Polymark Embalagens não foi diferente. “Realinhamento de preços, otimização da oferta pela maior produtividade, ajustes no mix de produtos e no quadro de colaboradores, além da busca por produtos de maior valor agregado foram algumas ações que tomamos desde o ano passado e continuamos este ano”.
O trabalho em conjunto com as demais empresas do setor, por meio da ADIRPLAST (Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins), que desempenha um papel de extrema importância, é uma dessas ações. “Já fomos associados e voltamos agora. Junto à entidade conseguimos um volume de informações e de indicadores do mercado internacional e nacional, que sempre nos ajuda a desenhar melhor as estratégias da empresa frente ao setor”, diz Vero.
Para Savioli, que se afiliou recentemente à entidade, o trabalho em grupo aumenta a visibilidade e amplia a atuação do setor no mercado.
Marcelo Prando, que também participa da diretoria da entidade, reforça a necessidade do debate e do poder do grupo: “A afiliação traz a oportunidade de conhecer e respeitar os concorrentes e, de juntos, lutarmos por pautas comuns, que tragam benefícios a todos. Estar alinhado, como associados da ADIRPLAST, e trabalhar para que medidas como a da reforma tributária e da melhoria de gestão das empresas transformadoras de plástico saiam do papel é importantíssimo”, finaliza.