Superamos um ano de muitos desafios, mas o futuro ainda parece incerto

O volume total distribuído pelos associados ADIRPLAST, incluindo todos os produtos, atingiu 438.392 toneladas em 2020. Os números mostram uma redução de 8,5% das vendas feitas em relação a 2019

2020 não foi um ano fácil para os empresários brasileiros. Entre as empresas associadas à ADIRPLAST (Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins) os números provam isso. “O volume de venda de resinas plásticas em dezembro de 2020 foi de 17.934 toneladas, o que representa uma redução de 12,2% em relação a novembro; enquanto o total em 2020 alcançou 400.595 t, revelando uma diminuição de 11,0% em relação a 2019”, explica o presidente da entidade Laercio Gonçalves.
Gonçalves afirma que o volume de PEs, PP e PS em dezembro foi de 17.021 t, com redução de 12,4% sobre novembro. “Em 2020, o total chegou a 374.526 t, ou seja, nós amargamos neste ano uma redução de 5,1% em relação a 2019”.

Para Silvia Regina da Silva, da Premix, o ano de 2020 foi desafiador. “Tivemos queda de 23% em volumes”, explica. E ela segue receosa em relação a 2021: “Já tínhamos uma leitura de que teríamos problemas, principalmente pela falta de resinas. E o cenário que vemos hoje é pior até do que estimamos. Assim, para o primeiro trimestre deste ano, não vejo crescimento, mas queda”.

Os associados do segmento de plástico de engenharia também estão sofrendo com a queda de volumes, puxada principalmente pela influência da retração do setor automobilístico. O volume da distribuição de plásticos de engenharia alcançou 913 t em dezembro, o que significa uma redução de 7,8% em relação a novembro, e total em 2020 de 26.069 t, com significativa redução de 48% sobre 2019.

Segundo Vladimir de Oliveira, da Krisoll, as empresas experimentaram em 2020 cenários antagônicos no que diz respeito à demanda e ao abastecimento. “Isso refletiu diretamente nos preços dos plásticos de engenharia. Tivemos as paralisações de importantes plantas de poliamida por conta da pandemia e também de problemas climáticos nos EUA que afetaram diretamente no desabastecimento desse produto”. Oliveira ainda diz que houve um descompasso entre a retomada das atividades produtivas com a oferta de produtos, mas que, graças à volta parcial das atividades industriais, foi possível no quarto trimestre recuperar parte das perdas causadas, sobretudo durante o segundo trimestre de 2020”.
2021 também é visto com cautela pelo executivo: “São muitas variáveis que ofuscam as previsões para este ano, como as questões ligadas ao controle da pandemia, o fim dos subsídios governamentais e as demandas reprimidas de alguns setores. É viável considerar que os ajustes estruturais feitos em 2020 por necessidade de adaptação sejam virtuosos na composição dos resultados de 2021”. Oliveira projeta para a Krisoll um primeiro trimestre análogo ao quarto trimestre de 2020, o que significa algo como 5% acima do primeiro trimestre do mesmo ano.

Entre os associados ADIRPLAST, o segmento de filmes bi-orientados foi o que conseguiu o melhor resultado em 2020. As vendas de dezembro alcançaram 2.481 t e o volume total do ano atingiu 37.797 t. Com isso, apesar do volume total de dezembro ter sido 19,4% menor que o de novembro, o resultado total de 2020 foi 9,5% superior ao de 2019. Também vale observar que o BOPP teve um leve aumento na relação sobre o BOPET indo de 78,4%, em 2019, para 80%, em 2020. Segundo Raul Almeida, da Plastilux, o ano passado permitiu com que o mercado voltasse a operar com valores mais justos. “Tivemos um crescimento importante. A escassez do produto fez com que nossas margens fossem recompostas e isso trouxe o setor para uma realidade saudável”.

Laercio Gonçalves, presidente da ADIRPLAST

O executivo conta que a Plastilux, no primeiro semestre de 2020, reduziu o seu volume por precaução contra a inadimplência e que, no segundo semestre, já com o mercado operando de forma mais “acirrada”, foi possível recompor os resultados. Almeida também reforça que 2021 será um ano saudável para os negócios. “Teremos um primeiro trimestre bem justo devido às manutenções nas fábricas dos fornecedores e as dificuldades de importação, mas isso deverá já estar normalizada entre abril e junho”, complementa.

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