Distribuidores de resinas plásticas enfrentam fragmentação do mercado, pressão global e a necessidade de inovação sustentável; investimento e apoio são cruciais para fortalecer o setor
O varejo nacional de resinas plásticas e produtos afins tem enfrentado transformações importantes nos últimos anos. Daniela Guerini, da Mais Polímeros, conta que é possível observar importantes mudanças, tanto nos perfis de compras dos clientes, que estão cada vez mais fracionadas, como na multiplicação de players atuantes neste mercado, e que adotam práticas comerciais diversas, podendo prejudicar a evolução do mercado de resinas como um todo. Ainda segundo a executiva, essa realidade aponta para um cenário no qual os tickets médios são cada vez menores e, na qual há uma crescente fragmentação da demanda, reflexo da necessidade de redução do capital de giro das empresas que atuam no setor.
Embora mais desafiador, o mercado também tende a abrir novas oportunidades para os distribuidores que forem capazes de se adaptar a novos cenários, acredita Luiz Rogério Rodrigues, da Remo Polímeros. Segundo ele, “o varejo de resinas plásticas nos próximos anos deve manter um crescimento contínuo e proporcional ao crescimento do PIB brasileiro”. Ele nota uma tendência de grandes petroquímicas reduzirem os canais de distribuição direta para médios clientes, repassando essas responsabilidades para os distribuidores. Isso sugere uma adaptação do mercado às novas dinâmicas de distribuição e ao papel crescente dos distribuidores.
Por outro lado, Glaucio Sancho, da Piramidal, alerta para os desafios externos. Sancho destaca que “a indústria brasileira tem enfrentado grandes desafios na competição com produtos acabados e semiacabados, vindos de outros países com preços mais competitivos”. Ele observa ainda que a autossuficiência da China na produção de resinas e a proliferação de novas plantas petroquímicas pelo mundo ampliam a oferta global desses produtos, colocando pressão sobre o mercado local e, por sua vez, sobre as empresas que nele atuam.
Investimento – Para enfrentar esses desafios, as empresas associadas à ADIRPLAST estão investindo em inovação e sustentabilidade. Daniela Guerini menciona que a Mais Polímeros tem trabalhado intensamente na revisão da estratégia da companhia. “Desenhamos o roadmap de todas as iniciativas para inovação e otimização dos nossos processos e operações”, afirma. Isso inclui, segundo Daniela, o desenvolvimento de ferramentas de e-commerce, adoção de inteligência artificial para atendimento e a oferta de resinas recicladas.
Para Luiz Rogério Rodrigues, o futuro do mercado passa inevitavelmente pelas questões ambientais. Assim, diz ele, a Remo está “alinhada com as questões sustentáveis, investindo no conceito de economia circular e em materiais altamente recicláveis e até mesmo biodegradáveis”.
Nesse sentido, diz Rodrigues, a ADIRPLAST assume um papel crucial, já que atua como uma plataforma para a defesa dos interesses dos associados e promoção de melhorias no setor. Segundo ele, a associação deve “observar os interesses do setor junto às autoridades instituídas, especialmente no que tange às políticas de impostos e importação”.
Glaucio Sancho também reforça que a ADIRPLAST, como entidade, pode “auxiliar as empresas com mais iniciativas na profissionalização, informação, apoiando e fortalecendo o setor”.
Tais demandas vão ao encontro da crença de outros associados da ADIRPLAST, de que a associação existe com o propósito de contribuir para o fortalecimento e a evolução do setor. “A associação das empresas da distribuição de resinas plásticas tem extrema importância justamente por consolidar todos os interesses e forças deste relevante elo da cadeia”, afirma Daniela Guerini. Ela destaca que a união das empresas contribui para melhorar o ambiente de negócios e a competitividade da indústria de transformação plástica no Brasil. Como enfatiza Sancho, “a Associação é fundamental para o fortalecimento e a evolução dos seus associados, ajudando as empresas a se atualizarem e prosperarem em um ambiente de constante mudanças.”