Em busca de novas soluções, os associados à entidade apresentam produtos inovadores e sustentáveis para combater a poluição por plásticos
A ADIRPLAST (Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins) tem trabalhado para desenvolver uma distribuição sustentável. Como entidade representativa dos distribuidores de resinas plásticas, filmes biorientados, plástico de engenharia e masterbatches, sabe de sua importância no processo de conscientização e de busca por soluções mais verdes, tanto para serem oferecidas aos seus clientes como para serem utilizadas dentro de suas empresas. “Reforçamos sempre junto aos nossos clientes o uso consciente do plástico como matéria-prima e a importância de se evitar o desperdício durante os processos produtivos. Acreditamos, além disso, que o descarte inadequado dos materiais recicláveis, não apenas do plástico, é, na verdade, o vilão a ser combatido, porque o plástico é um material excepcional, quando usado e descartado corretamente, além de reciclado”, exemplifica Laercio Gonçalves, presidente da entidade.
Além de reforçarem o tema da reciclagem, muitas empresas associadas à ADIRPLAST já oferecem aos seus clientes produtos conhecidos atualmente como “verdes”. Essas empresas cumprem a agenda ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) dentro de seus negócios. A Polymark, por exemplo, desenvolve juntamente com seus fornecedores e clientes modelos de negócios para otimizar a coleta de resíduos, maximizando a capacidade de reciclagem. “O sentimento antiplástico está em total contradição com os pontos fortes que estes materiais podem oferecer tanto no contexto ambiental quanto na nossa vida cotidiana. A embalagem plástica funcional (com reduzida espessura e uso de monomaterial) é uma ferramenta fundamental na prevenção do desperdício de alimentos e amplia ativamente sua vida útil. O BOPP é um filme de baixíssima espessura e com alta barreira, o que proporciona baixa emissão de carbono com excelente funcionalidade”, explica Cláudia Savioli, diretora da Polymark.
A TIV-BIO Representações também oferece soluções inovadoras para reciclagem. “Comercializamos um aditivo, o Eco One, que quando mesclado nas resinas poliolefínicas as transforma em produtos plásticos com biodegradação acelerada em ambientes de descarte urbano. Essa tecnologia complementa o sistema de reciclagem pois gera subprodutos na biodegradação dos materiais”, conta Tamas Vero, diretor da TIV-BIO.
O executivo ainda explica que alguns subprodutos dessas resinas, misturadas ao Eco One, podem gerar biogás, utilizado para gerar energia limpa e barata e água bruta para irrigação. “A utilização de nossos produtos é de suma importância para a sustentabilidade dos produtos plásticos à base de poliolefinas. Utilizando essas medidas, aliadas a outras, como a reciclagem, podemos retirar do ambiente os plásticos no formato atual e que podem ser poluentes se descartados erroneamente”.
Outra empresa associada, a ENTEC, também segue, desde sua fundação, o conceito de sustentabilidade. “Fazemos parte da família Ravago, que foi um dos primeiros membros do Conselho de Reciclagem de Plásticos de Saúde (HPRC). E, há dois anos, oferecemos aqui no Brasil o PLA – biopolímero ácido poliláctico, que é biodegradável, porém, para que isso aconteça, o ambiente precisa ser adequado (ambiente aeróbico para que ocorra a compostagem)”, explica Osvaldo, Gerente Geral da ENTEC.
Cruz explica ainda que o PLA ofertado pela ENTEC é usado nos filamentos para impressão 3D. “Além disso, estamos em processo de negociação com fornecedores de materiais que contribuem e facilitam a biodegradabilidade dos polímeros plásticos fósseis”, diz. O executivo também reforça que a empresa trabalha para desenvolver alternativas de materiais que mitiguem o grande desafio que representam os plásticos pós-consumo na natureza.
A Activas é outra empresa associada que investe fortemente em sustentabilidade com um amplo portfólio de produtos e serviços. “Oferecemos ao mercado biopolímeros de fonte renovável, biopolímeros compostáveis, assim como soluções pós-consumo. Além disso, desenvolvemos o serviço de Logística Reversa das sacarias e big bags, para que possamos, por meio de um parceiro, transformar em resina novamente para voltar ao mercado e, assim, completar o ciclo de economia circular”, explica Fernanda Boldo, diretora da Activas.
Boldo conta ainda que a Activas, ao longo dos últimos dois anos, tem passado por um processo importante em suas políticas, em sua gestão e na forma holística de olhar seu negócio. “Trocamos toda a frota de 20 caminhões por modelos do padrão Euro 5, mundialmente reconhecidos por sua ecoeficiência, como parte das ações para compensar as emissões de carbono, que inclusive foram expandidas para além de 100% da frota própria. Compensamos as emissões de todos os escritórios e unidades, assim como a frota terceirizada, chegando a 890 mil kg de CO2. Conquistamos o selo IT Green pela adoção de práticas que resultam no uso dos recursos tecnológicos da maneira mais ‘limpa’ possível, cuidando para que as atividades de TI (tecnologia da informação) não tragam consequências negativas para o meio ambiente.”
No segmento de masterblaches, a empresa associada Colorfix também está em constante pesquisa para expansão de sua linha de produtos sustentáveis. “Neste momento, estamos trabalhando com aditivos para melhoria da resistência de PLAs usando fibras naturais. Acreditamos que podemos sempre exercitar o olhar para novidades e incentivar políticas sustentáveis e com maiores cuidados com o meio ambiente”, conta Francielo Fardo, diretor da Colorfix.
Em abril deste ano, a empresa lançou a linha Revora, composta por pigmentos e aditivos pensados para a economia circular. Nela, a empresa trabalha com o PCR, compostáveis, plástico verde e aditivos de otimização de processos. “Apresentamos masterbatches e aditivos que usam como veículo resinas de fonte renovável, como cana-de-açúcar. Diminuem a emissão de carbono e tornam possível produtos feitos 100% de bioplásticos.”
Fardo explica que a implantação do projeto de sustentabilidade envolve todos os setores da Colorfix. “Geramos uma conscientização coletiva sobre os cuidados com o meio ambiente. Acreditamos que é essencial pensar não somente nos clientes, mas em todos os agentes envolvidos em nosso processo produtivo”, finaliza.